Poucos pendentes de ontem, um bom dia a começar.
A meio da manhã já antevia o resto do dia. Politica, merda, trabalho autómato.
Burocracias e fragmentação
Ingredientes para tudo correr mal.
A vida é feita de prazos e contra-relógios.
Falta de tempo. Tempo para respirar, tempo para observar.
Tempo em demasia para odiar e alimentar o aperto no tórax.
A catadupa de acontecimentos ruins.
O relógio sempre a debitar segundos, a pele a amolecer.
Estagnação da vida.
O pico e o inicio da descida.
As coisas a passarem por nós sem lhes podermos tocar.
Inacessíveis.
Mais um dia, mais uma merda de dia.
Adivinhar o que aí vem.
Ausência de desconhecido, de surpresa.
O ciclo, rotina, espasmo.
Saudade do cheiro a terra molhada,
Cabelo molhado pela rebeldia.
O estalar de um pedalo atrofiado pela terra batida,
O cheiro a pó seco e o ardor da erva a bater na cara rosada pelo êxtase do cansaço bom.
A batida do coração no pescoço.
O silencio do som da corrente por entre as pedras.
Saudades da infância que não voltará nunca.